segunda-feira, 29 de outubro de 2012

O que tem a ver você com um pedaço de papel?

Pessoal aqui está a música para ouvir com o texto: http://www.youtube.com/watch?v=WC5FdFlUcl0. Lembrando que temos um podcast la embaixo no player para os preguiçosos ;). Confira.


   Quando criança , enquanto meus amigos brincavam com carrinhos, me lembro de criar personagens de papel, nomeá-los, conceder-lhes diferentes personalidades e inserí-los em um mesmo contexto. Eu acreditava que podia criar suas realidades e assim era. Uns eram heróis, outros vilões; uns eram filhos, outros pais.
   Muitos de nós fomos assim quando criança. Nossa imaginação tinha um valor preponderante em nossas ações.
   Quando crescemos e acreditamos também "crescer interiormente" passamos a enxergar as dificuldades e barreiras que a vida e os outros "adultos" nos apresentam como definidores de nossa realidade. E lá se foi nossa personalidade, nossas características e sonhos por água abaixo como os bonequinhos de papel na tempestade.
   Como consequência, se vive a vida alheia como se fosse a sua, acorda-se dentro de um sonho alheio, ou pesadelo, muitas vezes sem direção. E com sorte, alguns enxergam o tempo que perderam ao deixar de acreditar nos próprios desejos, na própria opinião, na própria intuição.
   As decepções, A influência negativa, a falta de fé e confiança faz de você um escravo do comodismo e das receitas de felicidade vendidas por algum vendedor de ilusões.
   Assim como os personagens de papel tinham seu caráter e o que eles faziam demonstrava quem eles eram, assim somos nós. Mas se não faço nada? Quem sou eu? Sou dono da minha história? Quem faz o roteiro de minha vida?
   Meus bonequinhos não se diferenciariam se todas as idéias criadas em minha imaginação não fossem praticadas no seu mundo. Eles seriam a mesma "coisa". Apenas um recorte de papel. Logo, percebi que o importante era saber qual seria o papel de cada um naquele ambiente. Isso fazia deles "alguém" e não apenas um pedaço de papel.
   Muitas coisas novas e inovadoras que existem hoje saíram da imaginação para um pedaço de papel e depois tornaram-se realidades. E muitas idéias que foram absurdo no passado, hoje é senso comum.
   Quem aconselhou galileu sobre a terra girar em torno do sol?
   Quem disse a Santos Dumont como funcionava um avião?
   Nos dias atuais temos muito acesso a diferentes conhecimentos, formas de estudo e diversos modelos a seguir, mas perdemos o essencial: nossa capacidade de parar e pensar com nossos próprios cérebros.
  Você já se perguntou qual tem sido seu papel em sua própria história? Quem tem feito sua realidade?
  Ou Será necessário uma tempestade para renascer um novo indivíduo?

 












































terça-feira, 11 de setembro de 2012

Confissão de amor


Galera, aqui está o link da música para vocês lerem o texto. http://www.youtube.com/watch?v=asj_jyjgel8&feature=player_embedded 
Sendo que coloquei um player lá embaixo para os + preguiçosos ;) .


            Hoje...embora  eu esteja sem fôlego depois de viajar com você, eu quero  tentar  te mostrar tudo que sinto por você através desta tinta de caneta.
            Por muito tempo ficamos longe. Eu sei, a culpa é minha, pois nunca mais te procurei. Tolo que sou. Tentei caminhar sem você pensando que as coisas seriam mais fáceis e divertidas.
            Quando te avistei  novamente, nos braços de outro, eu tentei de todas as formas bolar um plano para te ter junto a mim, pois meus passos sem você não fazem sentido. Com você tudo passa rápido.
            Mesmo com toda essa loucura que fazemos pelas ruas da cidade, eu sei que nosso amor é único.
            Seu estilo, suas curvas, sua cor e seu jeito de andar me atraem de uma forma irresistível.
            Eu quero aproveitar essa forma e exposição para deixar claro para você  e para todos, tudo que sinto por você. Mesmo que me faltem as palavras necessárias e mesmo que você possa não vê-las ou escutá-las. A caminhada sem você é dura e a brisa nem chega perto.
            Confesso que sinto ciúmes, calor e todo tipo de incômodo, quando te vejo com outro, pois sei que ele não vai te dar o carinho e cuidado que você merece.
            Não vou dizer que te amo, pois é mais fácil e eficiente te provar com minhas atitudes daqui pra frente.
            Com você, em qualquer  lugar, eu sou feliz e nunca me canso. Eu passo pela multidão, entre os prédios e carros e só nós dois sabemos quanta emoção vivemos nos permitindo. Somos uma só pessoas quando estamos juntos e nada mais importa.
            Você por baixo e eu por cima. Pena que tudo que é bom passa tão rápido. Meus olhos não cansam de te apreciar e te desejar. Com você, à mil por hora, eu vou tão longe.
            Espero que mesmo sem ler ou escutar, essas palavras possam ecoar através de meus cuidados por você.
            Minha musa, minha flor, meu amor; minha ” bike” preferida. Espero nunca mais ficar sem você e pra onde eu for te levarei comigo por toda minha vida.



segunda-feira, 3 de setembro de 2012

O amor e outras drogas

(som do texto:http://www.youtube.com/watch?v=gM7Hlg75Mlo)
   Éramos um total de 13. Amigos, amigas e amizades mais que coloridas.
   Como combinado, estávamos todos naquele show na praia de Piratininga-Niterói. Carros lotados de garrafas de cerveja, conhecidos que se tornavam amigos por causa do comum "amor a natureza" e mulheres que ficavam lindas depois de tudo isso.
   Como de praxe, todos se divertiam muito, mas ainda rolava a preocupação quanto ao álcool e direção, a superdosagem de alguns loucos do grupo também fazia suas amantes chorarem. E a noite passava lenta e insana como um desses filmes adolescentes de Hollywood.
   Às três da madruga, as bandas já não faziam mais tantos barulhos e só se escutava o zumbido das conversas das pessoas, ao som das batidas das ondas do mar embaixo da beleza do satélite natural da terra: a bela lua.
   Juntamos todos os amigos e verificamos quem estava puro ou "santo" para assumir o posto de motorista da rodada. Entramos no carro eu, Dartagnan, Gordines e sua bela namorada. E no outro carro estavam Romeu na direção, Julieta, e o outro casal 22: Bunny Wailer e Olívia. E lá vamos nós a caminho da minha casa, onde mal sabia eu que a festa continuaria, mas por outros motivos.
   Ao chegar em minha humilde residência, Gordines já confunde meu muro com seu vaso sanitário e dispara um jato de impurezas em todos os sentidos, molhando nosso caminho e consequentemente tomando a primeira bronca da noite, de sua namorada. Bunny Wailer e Olívia já estavam em casa, pois Bunny exagerou e estava passando mal.
   Agora começa a festa. Julieta queria amar Romeu e não queria dormir lá em casa, mas queria que todos dormissem no seu castelo.Romeu não queria enfrentar a estrada novamente. Julieta disparou com o carro e quase fez Dartagnan e Romeu de vítimas, mas por sorte apenas sofreram leves arranhões. Eu, sendo gentil, disse para Romeu dormir lá em casa e Dartagnan que, morava perto, seguiu na direção do carro de Julieta a  caminho de casa.
   Maldita hora que fiz isso!
   Dez minutos depois, após um "cavalo-de-pau", volta Julieta, insana, convence Dartagnan a entrar no seu carro no meio do caminho e vai a toda velocidade e fúria de encontro ao meu portão que, por sorte, foi preservado pela destreza de Dartagnan.
   Mas não pára por aí. Julieta, em um acesso de raiva, sai do carro, aos prantos e gritos, sobe no portão do vizinho chamando por Romeu e por mim, o trouxa. O vizinho que, nessa hora devia me amar, não tem nenhum escrúpulo de mostrar qual era meu verdadeiro portão para a louca-de-pedra que, um pouco antes tentara se jogar de uma ponte, a ponte Rio-Niterói.
   Ela fez um escândalo. Subiu no carro, acordou minha família às 4 da madrugada, deixou a vizinhança toda assistindo seu pocket show, vomitou, desmaiou, fez de tudo até sairmos desesperados para acalmá-la, morrermos ou matá-la.Com muito custo, água, sal, frutas e promessas de Romeu conseguimos convencê-la a sumir dali e ir dormir.
   Em meio a tantas drogas ninguém achava que a tal da paixão - que alguns chamam de amor - pudesse causar tanta insanidade em um ser. Mas refletindo, pude perceber que a cura para o vício da paixão é o mesmo que para outras drogas: amar a si mesmo. Antes de Julieta amar Romeu, ela devia se curar dele, pois quem não se ama não pode amar ninguém.
  
 Só se pode viver um amor se livrando da droga do amor: a paixão.



 Como costume, gosto que leiam os textos no contexto em que foram escritos....ao som de Animal – Neon Trees..
http://www.youtube.com/watch?v=gM7Hlg75Mlo

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

A fábula da amizade

   John, um cara jovem, lá para os seus 22 anos. Agora morava sozinho, sempre quis que assim fosse.
Tudo na vida tem o seu porém, e o dele era saber que nunca se pode ser feliz sozinho.Como John já se acostumara a não praticar os conselhos de sua mãe, após concluir que muitas vezes seus conselhos eram mais proteção do que liberdade, ele não queria nenhum tipo de compromisso matrimonial, ou algo parecido com isso no momento.Solução? Ter um animal de estimação.
   Sai John pelas ruas da cidade à procura da felicidade, ou melhor, de seu parceiro de felicidade. Em uma loja de animais, ele encontra um gato pacato, que tranquilo na dele, lança um olhar de afeto e carência para John. Mas também encontra um cachorro bonito, esperto, forte e cheiroso, que nem lhe dá muita atenção.
John chama o vendedor e pergunta:
   - Cara, em sua opinião, qual é o melhor animal para eu comprar, o gato ou o cachorro?
   -Depende do que você precisa - responde o vendedor.
   - Eu preciso de alguém pra me fazer companhia.
   -Meu amigo, o cachorro vai dormir com você, vai latir pra te proteger, vai pular em você quando você chegar em casa do trabalho, vai morder qualquer marginal que tentar invadir sua casa, vai fazer você rir o dia inteiro de suas peraltagens e vai entreter seus visitantes.
   - Mas esse gato?
   - o gato, no máximo, vai ficar tranquilão na dele passeando pela casa e te fazer companhia.
   -Pois é, você está certo, quero o cachorro, afinal, ele é mais útil e tem muito a ver com o que eu preciso. Além do mais, é apenas um animal, quando não mais fizer minhas vontades eu me desfaço dele.
   Uma semana se passou e lá estava o belo cão que, nesta altura, já tinha sua graça conhecida como Félix.
Casa suja, visitantes sendo "bem recebidos" com suas dolorosas mordidas, sofá rasgado, e seu sumiço repentino pelo quintal quando mais se precisava de sua companhia. Até que resolvera sumir de vez pelas ruas da cidade, sem nenhuma consideração pelo "dono de sua alma"(Se é que tinha alguma alma).
   Nessa estória, podemos ver que realmente o cão Félix era o "melhor amigo do homem",pois muitas vezes o mesmo homem se esquece das verdadeiras razões de apego, afeto e consideração. E faz uso das mesmas, para satisfazer seu próprio ego e vontade. Se esquece, que na vida, nem tudo é objeto e que muitas vezes é preciso ser feito de objeto para se entender o verdadeiro valor de uma amizade.
   A amizade não tem muito a ver com o útil e na maioria das vezes, os melhores momentos de uma amizade são objetivamente inúteis para quem assiste. A piada, o riso, a insanidade.
  Nos dias de hoje, a verdadeira amizade é coisa rara e não confunda com "cara", pelo amor de Deus...

Musikinha p vcs...
http://www.youtube.com/watch?v=kiyvRs7JEAU

O que dizer de tamanha dor.

Ela é vista em vários lugares, diferentes culturas e em diferentes tempos.
Seja fraco, seja forte, belo, feio, famoso, desconhecido, rico ou pobre...todos conhecem ou conhecerão a dor em seus vários sentidos.
A dor traz consigo um repertório cultural de algo ruim, mas na realidade , não é de tudo ruim.
Existe a dor da perda, mas também a dor do parto, o que geralmente simboliza algo de bom em nossa sociedade.
A dor machuca, traumatiza.
A dor dá prazer e faz lembrar.
Também tem a dor de se machucar fazendo o que se gosta, dor no lazer, no futebol, na ginástica.
A dor traz a morte, mas também traz a vida.
Existe o medo da dor, mas também tem a dor do medo.
Existe a dor do arrependimento de ter feito algo que não se queria, mas existe uma dor maior ainda de não ter feito o que se pretendia.
Dói a mesmice, não ter nada p'ra fazer.
Dói mais ainda trabalhar demais.
Dor do doente, dor de doente, dor de dente.
Dor no joelho, no tornozelo.
Dor de barriga, dor sentida, dor fingida.
Dor de uma canção, dor pra chamar atenção.
Essa é a dor.
A dor que nos faz mais uma vez saber que estamos vivos.
Que traz a angústia e muitas vezes esperança.
A dor em si não machuca tanto.O que nos mostra se ela faz bem ou mal é sua proveniência e também sua conveniência.
Que o diga os "bons amantes" da dor.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Ah, quão sábia loucura!

Era uma vez uma pequena cidade onde moravam dois irmãos. Ted e Cormano.
Ted, o mais novo, era conhecido por seu perfil arrojado, extrovertido e até mesmo um pouco maluco.
Já Cormano era bem mais voltado para as tradições e costumes antigos.Inteligente, por toda cidade ouvia-se falar que ele nunca precisara sequer estudar para poder passar nos complexos testes de matemática que os acompanhavam no segundo grau.
Nas festinhas já se notava que embora não fosse dotado de tanta beleza, o talento nato para a cara-de-pau e ousadia que cercava as ações de Ted o fazia quase um príncipe entre as ninfetas. E enquanto Cormano se esforçava para conquistar as menininhas com seu bom papo de "menino moço", com extrema perícia em cada palavra que dizia,Ted por sua vez, se construía um James Bond com carros espetaculares, status e toda emoção que cerca a vida de todo Casanova que se preze.Ele se transformava de sapo a príncipe em questão de "duas palavras" e as mulheres vinham até ele seduzidas por suas próprias ilusões.
Cormano era não só inteligente como também gentil, e de tão educado se tornava tímido perto dos mais idosos ao ouvir suas opiniões como verdadeiras aulas de como se vive. Ele era o genro perfeito p'ra toda sogra, qualquer rastro de agressividade passava muito longe de sua personalidade, ao contrário de seu irmão mais novo que desde criança dizia para Cormano:
- De que adianta tanta sabedoria se você fica preso em suas análises e não toma nenhuma iniciativa para chegar em algum lugar.
- Você que é um cabeça dura e tem preguiça de pensar.-dizia Cormano.
Cormano olhava o futuro e se baseava na história. 
Ted vivia cada segundo como se fosse o último e nunca deixava sequer uma decisão p'ra depois.
Cormano sonhava em ser especialista de comunicação e cursava a universidade. 
Ted era especialista não só em comunicação como em trato humano e de negociação em negociação o cara fazia capital. Os amigos o viam como um camaleão, diziam que ele se adaptava a cada ambiente e trazia valor a vida dos outros, resolvendo seus problemas.
Éh, a vida prega peças e as vezes todo aquele modelo perfeito de estereótipo que acreditamos ser o mais interessante para o sucesso se transforma numa forma de prisão.
Os anos se passaram e enquanto Ted, quem diria, agora casado, viajava a negócios pelas Américas impondo sua loucura como solução. Cormano, que conquistara seu sonho de terminar o curso superior, procurava uma chance no mercado de trabalho através de currículos na internet, enquanto sua namorada conversava com seus pais na sala.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Esse nosso jeitinho...

O brasileiro tem sim um jeitinho pra tudo.Na verdade, acho que essa é a característica fundamental do brasileiro.
Pode-se ver nas rimas, se não rima, muda-se a rima.
No futebol, os dribles já dizem por si só que estamos tentando dar um jeitinho de um lado...um jeitinho de outro.
E assim também é na política,economia, educação então!
Esse nosso jeitinho nos traz soluções a curto prazo e problemas a longo prazo.
De jeitinho em jeitinho...
Acordamos atrasados e damos uma desculpa para o patrão...
Pegamos um ônibus caro e lotado e nos acostumamos a viver a mercê desse regime...
Vivemos contrariados de segunda a quinta esperando a "sexyta feira" para dar uma...relaxada..
No final de semana damos um jeitinho p'ra não assistir a programação da TV aberta de domingo.
Adiamos o pagamento das contas para termos mais dinheiro no bolso, usamos muito cartão de crédito e toda forma de crediário que nos oferecem, compramos aparência ao invés de qualidade.
Namoramos sem gostar, casamos por casar.
Comemos sem mastigar direito para não passar do horário.
Damos um jeitinho na antena, no fio do ventilador e até no olho da sogra:
- Olha isso véia!
Contamos casos que nunca existiram para o vizinho, só p'ra manter a amizade.
Contamos histórias para as meninas só para manter a imagem.
E o que falar da cultura de nossa gente?!Em cada estado um jeito diferente.
Eu também concordo que quem tem fome não espera, mas não é por isso que devemos comer e deixar o plantio de lado.
O velho conselho de se ensinar a pescar ainda é válido nesses casos.
Esse nosso estilo de vida nos faz sim um povo querido, verdade, pois p'ra tudo temos uma solução e quando não temos somos diplomatas.
Mas sem largar esse jeitinho podemos também pensar a longo prazo, pensar em qualidade, pensar em nossas crianças e até mesmo em nossos recursos naturais, que de jeitinho em jeitinho vão sendo trocados por algumas simples moedas de prata.